Carta a um amigo

Ei, 
Senta aqui do meu lado, vamos tomar um café e eu vou te dizer o porquê das minhas atitudes que você sempre se questionou e nunca esteve aberto a ouvir
Pegue um expresso e um doce, saboreie o contraste do adocicado na boca e o amargo. Deixe as horas voarem na leveza da nossa conversa descontraída, desse nosso encontro casual.
Olha o dia ensolarado lá fora, da manhã que sorri para nós. Não tem medo não, sempre fui assim convidativa. Não tem mágoa, nem raiva e nem tristeza. Só a beleza do amanhã.
Sabe, talvez seja difícil pra você entender meu mundo de tantas profundidades, de tantas doações. Não sei qual sua experiência de vida, nem os dissabores que teve de provar, mas sei que para muitos receber um carinho tão honesto e desprovido de interesse é estranho. Em um mundo baseado no “toma lá dá cá” , quando surge alguém tão fora da curva de Gauss é complicado lidar.
Mas eu, meu caro, sou diferente das outras em quem tem costume de tratar. Te ofereço delicadeza e bondade  sem nem mesmo esperar  a gratidão. 
Porque aprendi que amar é cuidar, é tratar as feridas até mesmo dos terrenos mais inóspitos como o teu.
E não necessariamente implica em querer que esta pessoa faça parte da sua vida.
Porque relacionamento é outra coisa bem distinta do amor!
E eu , querido, só tenho a agradecer a tua ingratidão, pois sem ela, eu jamais enxergaria a discrepância dos nossos conceitos.Vivo num universo grato em que é comum a gentileza a amiga sem que seja necessário um vínculo rotulado, recebo sempre carinhos aleatoriamente e sou muito grata por isso. E você, absorto nessa sua mesquinhez egocêntrica ( desculpe a franqueza, e tente despir o teor ofensivo do meu comentário), está cego e não vê a preciosidade que o destino colocou em seu caminho.
Algo que leva você a rever teus conceitos a sua incongruência em solicitar ajuda e ser seletivo com que lhe é fornecido e que faz amadurecer.
Mas não preocupa não! Tua rispidez doeu, mas a vida é muito maior e não sou de prender e sim soltar.
Porque sou passáro em busca de pousar em mãos que acarinhe minha alma e não roube minha liberdade 
Ainda é cedo,
Mas quando cair em si e ver o sopro de bemaventuraça  que deixou partir será tarde e o único gosto que terás em tua boca é daquilo que poderia ter sido e não foi
No mais siga em paz 
E até breve rapaz

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