Cecília e seus amores
Cecília acreditava no amor.
Esperava encontrá-lo a qualquer momento
Fazia chuva, fazia sol e lá estava ela
No desatino de sonhar
O tempo passava e de repente Cecília conhecia um rapaz
Perspicaz avaliava se este seria o tão esperado
E por fim era apenas um caso desbaratado
Mas Cecília mesmo triste se punha a trilhar
Ilusões detalhadas de uma paixão fervorosa
E aguardava o desabrochar da flor
Para o mais apto apreciador de seu néctar
Pobrezinha, a andar sempre sozinha
Começava a desanimar
Nenhum varão por ela a se enamorar
Enquanto as outras moçoilas de sua idade
Punham-se a sassaricar
Se deleitando entre os homens
Reféns do bel prazer
Cecília vinha na contramão do mundo
Esperando alguém que a quisesse
Por mais de uma noitada
E assim a esperar e a esperar
Ela já não tão moça
De desilusões mil
Vivia farta de grosseirões a lhe cortejar
Sem nem ao menos perguntar
Como ela está
Já não cabia de tanto esperar
Passava a acreditar
Que amor assim não há
Um belo dia Cecília vinha
A caminhar em plena euforia
Sim, ele viria lhe arrebatar
Atravessou, bem distraída,
Um carro,em plena avenida,
Pôs-se a atropelar
E Cecília jamais pode encontrar
O amor de sua vida
E nunca entendera
O real viver de um carnal prazer
Pobre Cecília
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